quinta-feira, 23 de outubro de 2008

... eu nao fiz nada demais...

As vezes me pergunto porque as pessoas gostam tanto de mim (pelo menos dizem que gostam), hoje foi minha despedida do Hostel KM0, e parece que todo mundo daqui está sentindo minha falta, porque as pessoas gostam tanto de mim? Eu nao sou nenhum santo, eu nao fiz nada demais, eu só tento ser eu mesmo o tempo inteiro. Os garotos, me disseram coisas que me comoveram, as garotas também, todos eles quiseram me dizer que sentirao minha falta, um deles disse que eu nao precisava ir embora, que eu podia ficar aqui sem pagar, mas, eu preciso ir embora, tenho tanta coisa pra estudar, tenho minha casa em Brasilia e tenho ALGUÉM MUITO ESPECIAL QUE ESPERA POR MIM, isto é o mais importante, estou muito ansioso pra voltar. Nao sei se conseguirei dormir, primeiro bebi mais que o normal, algo como duas cervejas de litro compartindo-a com o pessoal do hostel e um litro de caipinha que fiz mais cedo, todos tomaram, eu tomei algo como dois copos, misturado com sprite pois pura é muito forte pra mim, o pessoal adora quando algum brasileiro aparece por aqui e prepara uma boa caipirinha, até saímos pra uma boate, mas estava fechada, voltamos e ficamos conversando aqui na escada do hostel, o Andrés o Facu e a Laura ficaram me contando o quanto é ruim para eles que vivem aqui, se despedirem de pessoas legais, segundo eles o mais difícil é despedir-se de alguns brasileiros. Fiquei bem comovido ao ouvir dos meninos do Hostel que eu sou especial que eles sentirao minha falta, nunca pensei que eles se sentiriam assim. O que podemos fazer? The Life Goes On...
O que posso dizer é que eles sao muito especiais para mim agora: LAURA, ANDRÉS, FACUNDO, BRUNO, PATRÍCIO, SUZAN, GIOVANA, CLAYTON, LUCA, ISAC e NATHALY, I'll miss you!

Hostel Experience...

Uau!!! Hoje tive uma real experiencia de vida em comunidade nos Hostels, eu havia prometido ao pessoal que iria cozinhar algo por aqui, talvez um strogonoff ou uma massa, mas acordei hoje ao meio dia morrendo de preguica, entao desistir. Fomos comprar alfajores, eu, Geovana (Sao Paulo), Laura (Colombia) e o Luca (Italia) e combinamos de almocar pela rua, mas depois de andar um bocado e comprar os tais alfajores, decidimos que faríamos comida aqui no Hostel mesmo, a principio eu e a Laura cozinharíamos, mas o Luca terminou se oferecendo e nos preparou uma deliciosa pasta ao modo italiano, estava muito gostosa e podemos comer todos juntos no living room, se saíssemos para comer fora cada um pagaria em média $ 18.00, compramos tudo por $ 45.00, e rendeu 7 pratos, depois postarei as fotos - éramos 7 (Eu, Laura (Colombia), Geovana (Brasil), Clayton (Brasil), Andrés (Colombia), Camila (Colombia) e Luca (o cheff de Milano na Italia), putz eu ainda vou viver pelo menos uns dois meses num hostel por aí, vou sentir saudades do pessoal daqui, nossas conversas nas noites sao muito boas, regadas a vinho ou cerveja... nos divertimos muito. Se pensares em ficar num Hostel em Buenos Aires, venha para o KM0 (Zero), en la Plaza del Congresso, Av. Rivadavia 1578.
Vou contar-vos mais um historia de hostel. Acho que no Sábado chegou aqui no Hostel um rapaz, ele é de Londres, seu nome é Andy, falou muito pouco com as pessoas, vi que ele falava ingles, mas um pouco na dele. Anteontem comecamos a conversar todos em ingles e ele ficou super empolgado e aí contou sua historia, ele veio para Bs.As. para estudar espanhol e passear, ao chegar aqui no hostel, nos primeiros dias achava que ninguém no hostel falava ingles e comecou a se sentir muito sozinho, entao foi a outro hostel e fez uma reserva por tres dias, depois de conversarmos ontem por mais de duas horas todos juntos, ele disse que se sentiu triste pois teria que mudar de hostel, já havia pago a estadia de tres dias no outro, mas que com certeza voltara pra cá quando terminar a estadia lá. Ele ficará por aqui até dezembro acho, em janeiro vai a Sao Paulo, Rio e Brasilia e vai passar o Carnaval em Salvador, eu já disse a ele que se for pra Salvador nao vai querer voltar pra Inglaterra... combinamos de nos encontrarmos novamente em Brasilia.
Putz, acho que nasci pra isto, fico pensando qual é a graca de ficar num hotel sem conhecer ninguém sem conversar com ninguém?

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Buenos Aires - Segunda Noite.

... hoje é minha penúltima noite em Buenos Aires... vou relatar o que se deu na nossa segunda noite por estas bandas. Depois de passar o dia no Boca e Caminito, fomos a noite para a América, é uma boate tres vezes maior que a Blue Space em Brasília, é um lugar bonito, nos Sábados pagamos $ 45.00 e se tem canilla libre (bebida livre), os refrigerantes sao da Coca Cola (tudo bem), a cerveja é Budweiser (vermelha a embalagem), porém as bebidas destiladas sao duvidosas, o Vinie já havia me dito pra tomar cuidado parece que sao de producao nacional (posso afirmar que sao de péssima qualidade), tomei alguns drinks e fiquei um pouquinho grogue, nada comparado a um amigo que tenho em Brasilia, o qual gosta de beber em festas, eu realmente gostei da Boate, nao é uma The Week, mas é bem legal, tem um iluminacao boa, uma estrutura física muito boa, e um público bem variado, muitas mulheres, alguns héteros cacando-as, e os LGBT's, duas pistas de danca, uma tocando do House Progressivo ao Trance (no final da noite, que nao significa o fim da festa), passando tambem pelo Tribal, e na outra comeca tocando uns flash backs conhecidos de todos e depois só cumbia argentina, um ritmo caribeño que se pode dancar a dois. Há tambem na boate algo que pode-se se chamar de dark room, na verdade é um lounge que foi feito para que as pessoas descansassem, porém é o que menos se faz por lá, e mais no meio da sacanagem há de tudo lá, Ht's, e todos as outras letrinhas, se pegando aos montes e um seguranca que fica todo o tempo acendendo e apagando uma lanterna, (acho que foi lá que roubaram meu celular, estava no bolso da calça), eu passei por lá para conhecer, só passei. Há outra parte da boate que é como uma galeria, cheia de sofás onde você pode descansar vendo as pessoas dançando lá embaixo, e em cada uma destas áreas há um bar, assim você não precisa correr pois quando desejar beber algo não será difícil consegui-lo. A noite foi boa na Amerika, lá encontrei um cara e conversa vai, conversa vem, vi que o espanhol que ele falava era tão ruim quanto o meu ou ainda pior, então lhe perguntei "de onde és?" e ele todo empolgado respondeu, "soy brasileño", eu perguntei, "onde vives en Brasil?" e ele, "Brasília, la capital", eu começei a rir e em português disse: "não acredito", o cara arregalou os olhos e perguntou, "você é brasileiro?", eu lhe respondi, "sou brasileiro e vivo em Brasília", ele quase surtou, pra completar descobrimos que moramos ambos na mesma cidade satélite, Guará. Vejam com são as coisas, aliás contando todos os dias que saí em Buenos Aires, encontrei pelas baladas mais de 12 brasileiros, sem contar o Junior e o Carlos que estavam comigo. Ou seja realmente os brasileiros tomaram conta de Bs.As. Ah, o pessoal aqui esta ganhando de Brasilia, só chegam a boate por volta das 02:30 ou 02:40h, e nao so no final de semana voltei na Amerika no ultimo Domingo e foi a mesma coisa, saí de lá com o Shachar por volta das 04:30h e a boate continuava lotada.
Bem, se vierem a Bs.As. conheçam a AMERIKA, e aqui vão algumas dicas:
1. A bebida destilada não é boa. Eles preparam drinks muito bons, mas no outro dia se prepare pra dor de cabeça.
2. Se fores num final de semana receberás uns cartõeszinhos que te permitem entrar de graça nas quintas e domingos que não sejam véspera de feriado, vale à pena guardá-los e utilizar, pois se você não levar o cartãozinho, tua entrada custará de $ 25,00 a 30,00, e eles te darão direito a um drink daqueles.
3. Não vá à Amerika de boné, eles não permitem que você permaneça na boate com o boné na cabeça, terá que guardá-lo ou pendurar na cintura.
É isto!!!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Buenos Aires - Segundo Dia.

... no segundo dia em Bs.As., fomos (eu, Carlos e Junior) ao Boca, bairro onde se encontra o Estádio do Boca Juniors, fomos de taxi (taxis aqui é muito barato, a corrida mais cara nos saiu aproximadamente AR $ 15.00), visitamos o estádio do BOCA (La Bombonera) tivemos que pagar $ 15.00 para entrar no estádio (nao vale a pena), Junior nao quis, ficou na lojinha, o estádio em si nao tem nada demais a nao ser o fato de ter suas arquibancadas bastante inclinadas e ser ter uma de suas laterais separadas do campo por um vidro, o que faz com que aqueles que estejam nas primeiras fileiras da arquibancada fiquem há um metro da borda do campo. Comprei alguma besteira por lá, depois fomos caminhando para El Caminito, passamos por uma rua cheia de barracas de artesanias (artesanatos) e coisas falsificadas como temos no Brasil, camisetas de times e outras coisas, a camisa oficial do Boca custa $ 199.00, falsificada pode-se encontrar por $ 69.00 e se quiser uma similar encontraras por $ 60.00, nesta mesma rua tem muitos restaurantes legais, almocamos num destes que fica quase no finalzinho da rua, acho que é o penúltimo do lado esquerdo, quase na esquina de frente para El Caminito, como sempre a comida estava uma delícia e como sempre nos custou menos do que pagaríamos no Brasil pelos mesmos pratos, o atendimento também como sempre foi muito bom. Passeamos pelo El Caminito, tirei fotos com um dancarino e uma dancarina de tango, que se apresentavam por ali, paguei $ 10.00 para ter o direito de tirar 3 fotos. Tomamos um cafe no Havana, comemos alfajours e depois caminhamos mais, tirei muitas fotos das casinhas coloridas, depois poderemos conferi-las, saimos de lá caminhamos um pouco pela calcada na beira do rio, o rio se encontra tao sujo nesta parte quanto o Tietë, resolvemos voltar para o hostel de autobus (onibus), pedimos informacoes a um policial sobre a linha que deveriamos tomar e fomos pro ponto, rapidinho chegou o onibus entramos e (como me contou o Einstein em seu blog) aqui tambem nao havia cobrador, só o motorista, e tambem nao ha roletas, perguntamos ao motorista quanto era a passagem e ele respondeu gritando "un peso" entao sacamos de nossas carteiras uma nota de dois pesos e ele comecou a gritar "solo monedas, solo monedas", entao dissemos a ele que nao tinhamos e ele gritando mais alto ainda, entao decam, "vamos, vamos, bamos", e aí eu me lembrei já li/ouvi esta história antes, só que em Washington DC, peguei minha moedinha de um peso e depositei na maquina, nisto todo mundo no onibus já estavam olhando pros tres patetas, o Junior grita eu nao tenho um peso e o Carlos tambem nao tinha, eu ja havia depositado meu peso, havia pessoas querendo entrar no onibus e o motorista gritando bamos, bamos, que alvoroco, o Carlos saiu pedindo dentro do onibus por moedas e uma senhora ou deu ou trocou os dois pesos pra ele por moedas, ufa, sentamos... daí percebi que todo mundo depositava uma moeda e pegava um papelzinho, olhei pra mao do Carlos e do Junior e lá estavam eles com seus tickets, eu perguntei ao Carlos, o que é isto? E ele olha pra mim e diz, voce nao pegou? Lógico que nao, eu nao sabia que tinhamos que pegar este papelzinho, entao reza pra que nao entre um fiscal aqui no onibus senao voce será preso... Hhahahahaaa, gracas a Deus nenhum fiscal entrou no onibus e conseguimos chegar a praca dos Congressos em paz. Ah, nosso hostel fica na Praca dos Congressos, bem em frente a nos fica o Senado no outro lado da praca e logo a frente temos o predio do Congresso Nacional, o qual se parece muito com o predio do congresso americano.... depois conto sobre a noite... que ódio!!!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

...e...

Penso que ninguém está lendo o que estou escrevendo aqui, mas tudo bem, servirá para que eu mesmo leia no futuro. Acho que ninguém está lendo porque nao tenho comentários... se lerem por favor comentem.
Nao me lembro onde parei, mas como nao estou escrevendo cronologicamente, nao ha problemas eu penso. Minha cabeca está uma BABEL, empezo hablando español and then I'm speaking English and termino falando portugues, aqui no Hostel (KM 0) há sempre muitos brasileiros, houve dias em que eramos sete, cinco, mas acho que sempre há mais que quatro, alguns deles vieram estudar outros como eu só bater perna. O pessoal do Hostel, sao sempre muito atenciosos, o dono é o Partrício (acho que é argentino), tem o Bruno (brasileiro de BH), a Susan (México), Andrés (da Colombia) e o Facú ou Facundo (de Bariloche), todos muito atenciosos e prestativos, há também o pessoal que vive por aqui há algum tempo (residentes), como a Laura (colombiana/colombaiana) que faz mestrado aqui, acho que está por aqui há quase um ano, o Ken (do Canadá) e o Jorge (argentino) que também vive por aqui, acho que sao os hospedes mais antigos, encontrei alguns brasileiros além do Carlos e Junior que vieram comigo, duas garotas, Geovana e Mariana (de Sao Paulo), a Mariana foi embora hoje e a Geovana ficará aqui por mais um tempo, ontem chegou o Clayton (também de Sao Paulo) ficará aqui por uma semana estudando espanhol, hoje também foram embora um casal de brasileiros que também moram em Sao Paulo, amanha provavelmente vamos preparar alguma comida ao nosso modo (brasileiro), talvez seja arroz o que nao vemos muito por aqui, com um strogonoff, vou por a mao na massa e a Geovana vai me auxiliar moralmente (ela disse que nao sabe cozinhar nada). Aqui no Hostel ha sempre alguns israelenses, bem simpáticos. Meu quarto hoje está constituido da seguinte maneira, eu, um estadunidense (nao me lembro o nome) louco pelo Brasil, alucinado pelo Brasil, fica o tempo inteiro querendo aprender portugues e me perguntando como se fala isto e aquilo em portugues, ele é tao louco que está desde o dia 01/05 viajando pela América de moto, saiu da Califórnia e já está aqui na Argentina, disse me ele que o sonho dele é estudar administracao no Brasil, mas ja sabe que nao sera facil passar num vestibular de universidade publica, já o aconselhamos a fazer faculdade particular, e eu aproveitando para praticar meu ingles, há também o Luca (italiano da regiao de Milao), este chegou hoje cedo, ele trabalha como marinheiro, me disse que fica grande parte do tempo no mar, trabalha pra caramba, algo como 16horas por dia e descansa durante 8 horas, agora está de férias e só voltará ao trabalho em fevereiro, entao esta aproveitando pra viajar por aqui, ele queria ir daqui para Sao Paulo e de SP ir de onibus para Caracas na Venezuela, eu já disse a ele que isto nao é possivel, o melhor é ir ao Brasil e retornar a Argentina ou Chile para a partir daí seguir viagem para Caracas, há também uma guria dos Estados Unidos, nao nos falamos muito, ela é bem na dela, chega no quarto troca de roupa e vai dormir ou entao se manda pra rua, hoje conversamos um pouco, eu, ela e o Luca e ela disse que vai ficar viajando até marco ou abril, vai fazer alguns trabalhos voluntários no Perú e Guatemala, acho que ela vai embora amanha. Na quarta ou quinta chegou por aqui uma louca que tambem ficou no nosso quarto, o Carlos e o Junior ainda estavam por aqui, a mulher era muito estranha nao falava com ninguém, ou ficava dormindo no quarto ou pegava o Laptop e vinha pra sala pra acessar internet, na sexta nao sei o que deu na cabeca da da doida ela resolveu rasgar um livro ou uma revista que estava na mesa de centro da sala e colocar fogo na lareira (detalhe a lareira é a gas), quase que ela incendiou o Hostel, eu nao estava aqui pra ver mas o Junior e os outros hospedes me contaram, dizem que o Hostel ficou cheio de fumaca. Esclarecendo nao estava fazendo frio, e pra meu azar ela estava dormindo na cama acima da minha, ainda bem que no outro dia ela caiu fora. Bem, vida de Hostel é uma diversao só, nos divertimos a bessa hoje a noite, comparando diferencas culturais entre Brasil, Colombia, Argentina e Italia. Notamos que nos brasileiros (como todo mundo ja sabe) somos os que mais usam os banheiros para banho, há uma galera aqui que nao é muito fa disso nao. Bem, deixo aí a sugestao, quer viver aventuras conviver com culturas diferentes, conhecer pessoas legais e se divertir, hospede-se num hostel quando viajar. Depois de amanha iremos a um lugar aqui proximo de Bs.As. chamado Tigre, dizem que é muito legal, pois é uma cidade formada por ilhotas, temos que tomar um trem e depois pra chegarmos a cidade um barco, dizem que é tudo muito bonito por lá. Veremos...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

... e a ECONOMIA...

pois é, como eu disse na última postagem, continuo me importando com Economia, mas tudo bem, falta só uma semana, o Junior e o Carlos voltarao para o Brasil amanha e eu ficarei aqui sozinho, como nao quero gastar o que nao posso ficarei em Buenos Aires mesmo, nao conhecerei nenhuma outra cidade, como pensado antes. Voltando ao cambio, monedas e estas coisas, voltei a Sarmiento hoje e pra minha surpresa achei um lugar comprando Reais a $ 1.52, quase pirei, e entrei na fila, a fila nao era muito grande, acho que demorou uns 20 minutos pra que eu fosse atendido, eu ja havia calculado tudo já sabia quantos Pesos receberia e tal, quando o cara terminou o procedimento e me entregou meu comprovante, vi que estava constando um pouco menos, entao fiquei pensando que ele havia me cobrado alguma taxa, quase voltei lá pra perguntar porque nao havia recebido o esperado, nisto vi que no monitor já constava mudanca, e eles agora estavam comprando a $ 1.45, em vinte minutos perdi $ 0.07 (sete centavos de peso por real), putz, que merda... e aí foi fácil perceber a mudanca no semblante dos outros cinco brasileiros que estavam lá, todos nós terminamos vendendo nossos reais a $ 1.45, mas tudo bem, esta ainda foi a melhor taxa que encontrei. Devo admitir que o Carlos terminou acertando, tudo bem, foi um chute... Saí da casa de cambio e fui da um rolé pela Calle Florida (é uma rua muito movimentada, só para pedestres, vi uma como esta em Porto Alegre), tem muito comercio por lá, lojas da Lacoste, da Puma, Adiddas e tantas outras mais. No meio da multidao uma puta coincidencia, encontrei um novo amigo que conheci ontem na GLAM, o Sharchar (pronuncia-se Charrar), ele é de Israel. Aliás o que mais conhecemos por aqui foram pessoas de outros países, turistas ou viajantes como nós. Argentinos foram poucos, quase nenhum... Voltando ao primeiro dia que chegamos aqui, depois de passar pelo Galerias Pacífico e pegar o Gay Map de Bs.As., fui a uma Sauna chamada Buenos Aires a Full, a primeira na lista das 5 saunas relacionadas, fica na Calle/Av. Viamonte, e eu nao recomendo a ninguém, é feia, tem uma aparencia ruim e nao é um exemplo de limpeza, o atendimento também deixa a desejar, cobra-se $ 30.00 pela entrada isto inclui um armario velho uma toalha puída e um chinelo imitacao barata das nossas havaianas, nunca voltarei lá, voltei pro Hostel e fui descansar. Vou parar por aqui, depois escrevo mais...
...

...economia mundial...

...estou quase louco com a economia do mundo, nunca me preocupei muito com isto, mas agora me vejo o tempo inteiro acompanhando as altas e baixas das bolsas de valores e cotacoes das moedas... antes que alguém pense, esclareco, eu nao sou investidor... é que quando saí de Brasília nao conseguir trocar meus Reais por Pesos argentinos, até pensei em comprar traveller cheques ou um cartao VISA recarregável, mas aí o Carlos me falou que eu poderia trazer Reais e trocar aqui, é o que ele sempre fez, trouxe, e aí fica o Dólar subindo e descendo e o Real e o Peso acompanhando, comprei Pesos argentinos a R$ 1.10 a R$ 1.20 e o melhor negócio, na terca conseguimos comprar a R$ 1.42, aí fui seguir o conselho do meu amigo entendido em economia (Carlos Araújo) e em vez de comprar tudo que eu tinha que comprar, comprei só metade e deixei pra comprar o resto depois, pois segundo ele o Dólar iria baixar mais ainda, valorizando o Real diante do Peso, chegamos as casas de cambio na Av. Sarmiento, e o Real estava valendo hoje R$ 1.39, aí já que perdi a boa safra e a fila estava imensa, resolvi que hoje voltarei lá na Sarmiento pra ver como estao as coisas, sao 06:30 h, acabo de chegar da Boate GLAM, vou dormir um pouco e lá pelo meio dia levanto pra ver as cotacoes e correr até a casa de cambio pra comprar Pesos pro final de semana, nao importa quanto estejam custando trocarei todo o resto do dinheiro, isto dá muita dor de cabeca e eu nao estou disposto a ficar me estressando com economia mundial, estou de férias... já me preocupo o bastante evitando comprar coisas no Cartao de Crédito, nao preciso de sofrimento maior... Lembram-se das premissas? Tenho mais uma hoje. Premissa número 2. Acredito que os homens mais bonitos da América do Sul estao aqui na Argentina, eu nunca vi tanta gente bonita na minha vida, sinceramente, nunca vi, nós caminhamos pelas ruas e é um suspirar atrás do outro, uma interjeicao atrás da outra, puta que pariu! É o que podemos dizer só isto... vendo com os olhos e lambendo com a testa. Ah! Quanto as mulheres, elas tambem sao bonitas mas eu nao perco meu tempo olhando-as, prefiro ver os homens, aliás só vejo eles, (lógico que eles nao me veem)... Hahhahahaahahahhaa
Bem, vou dormir depois escrevo mais, afinal agora é hora de está levantando... mas férias sao férias né, tenho que aproveitar, depois escrevo mais...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Buenos Aires!

Buenos Aires - Argentina!
Estou aqui ha quase uma semana e só hoje resolvi postar algo, na verdade nao tenho acesso contínuo a Internet sao 05:54h. Estou num Hostel (Albergue) na Praca do Congresso, o nome do Hostel é KM0, no mesmo em que meus amigos Fernando Martins e Raquel Mariano se hospedaram, gostei bastante das instalacoes do albergue, nao e o Albergue da Juventude (Hosteling Inc), mas tem um bom padrao (Recomendado)! Bem, vou comecar pelo comeco (acentuacao e cedilha nao sei onde estao), um dia destes mais ou menos ha uns dois meses, conversando com minha amiga Cristiane Simoes, ela perguntou-me quando eu estaria de ferias, lhe disse que seria outubro e entao ela me convidou para que viessemos juntos a Bs.As. (como eles abreviam Buenos Aires por aqui), eu fiquei um pouco resistente, nao pretendia viajar pelos seguintes motivos: dinheiro pouco, comprei um carro recentemente e ainda nao consegui vender meu velho carro. Mas, diante da ideia terminei me empolgando e aceitando o convite, comecei a planejar a viagem, vi passagens, hospedagens e tal, e aí a Cris me disse umas duas semanas depois que nao poderia vir, ah! tarde demais para desistir, eu sou tao louco por viagens que nao consigo voltar atras. Todo mundo perguntou, voce vai viajar sozinho? Ih, nunca deixei de fazer algo por esta sozinho, e ai continuei organizando as coisas para que conseguisse viajar, tudo arrumado e planejado, falei com meus amigos sobre a viagem e logo apareceu um que tambem se empolgou, o Junior (Agenor - amigo de farra e da PMDF), depois o Carlos que de ferias em setembro, passeou pelo Havaí e depois visitou o Einstein e o Everton em Washington DC, ficou duas semanas em Newark e New York, e antecipou a volta ao Brasil em uma semana para que pudesse se juntar a nos e vir tambem a Bs.As. eles ficarao por uma semana 10-18/10, eu ficarei duas semanas 10-24/10, velho visitante da Argentina o Carlos ja estudou espanhol por aqui umas duas vezes, e nem conto quantas vezes ja veio passear, achamos ótima a idéia de te-lo conosco, pois assim nao ficaríamos totalmente perdidos por aqui com nosso portunhol já que nem eu nem o Junior hablamos español ou castellano. Saimos de Brasilia na sexta-feira 10/10 eu e o Junior no mesmo voo e o Carlos em outro, e chegamos a Bs.As. quase na mesma hora. Esta foi a primeira viagem internacional do Junior, de início ficou meio doidinho com os Duty Free, tanta coisa pra ver, tantos cálculos pra fazer (dólar X real), mas aos poucos foi acostumando, e chegamos a Bs.As. encontramos o Carlos e dividimos o Taxi do Aeroporto Ezeiza ate aqui onde estamos, caramba, sao uns 25 min de taxi, é longe pacas $ 90.00 (pesos argentinos), ufa ainda bem, ah descobrimos depois que o onibus publico que faz a linha Ezeiza demora 2horas pra chegar no Aeroporto, imagina... que absurdo e nao tem metro, mas tudo bem, ja descobri como farei para voltar ja que nao terei com quem dividir o taxi novamente. Nos instalamos no Hostel (a diária por aqui $ 34.00 pesos algo como US$ 10 ou 11 dólares americanos) e achei super legal o cara da recepcao nos receber ja falando meu nome, acho que era a unica reserva para aquela tarde. Depois de deixarmos as coisas no quarto, estavamos mortos de fome e fomos pra rua procurar um lugar pra comer, primeira premissa sobre Bs.As. ( 1. Em cada esquina há um restaurante ou um café ou ainda uma pizzaria, em resumo em cada esquina há um lugar pra comer), fiquei impressionado com a quantidade de restaurante que tem esta cidade. Voltando ao primeiro dia, achamos um restaurantezinho simples, com uma comida gostosa, barata e um atendimento bom, comi um BIFE DE CHORIZO, (que nao tem nada a ver com o Chourico do Brasil), é um baita pedaco de carne, grelhado e muito suculento e macio, acompanhado com PAPAS (batatas) fritas ou Puré de Papas os pratos sao sempre acompanhados por isto, nao se come arroz como nós no Brasil. Ah, outra descoberta aqui os refrigerantes (gaseosas) da linha Pepsi tem MIRINDA e SEVEN UP (raridades no Brasil), adoro mirinda, acho melhor que Fanta, sempre que se pede um prato num restaurante o precede uma cestinha de paes, ha uma variacao de acordo com o estabelecimento, voce pode receber paeszinhos de varios tipos ou so pedacos de pao do mesmo, depois de almocados fomos bater perna (pqp eu estou realmente sedentário), putz realmente é bom caminhar por aqui e acredito que seja a melhor forma de conhecer uma cidade, mas o Carlos sempre diz, é bem ali... Ufa... quando chega no final da tarde eu estou morto. Eu e o Junior sempre improvisando no portunhol, o Carlos falando um pouquinho mais, mas isto pouco importa por aqui, os hermanos portenhos estao tao acostumados com nós brasileiros que nos entendem facilmente, ultimamente como todos sabem muitos brasileiros tem passado por aqui, os nossos hermanos portenhos ja nao tem muita dificuldade em entender-nos. Quem conhece o Junior sabe o quanto ele é palhaco, no primeiro dia só falava que queria ir a um cemitério famoso (cemitério da Recoleta) que tem aqui pra ver o túmulo da Edith Piaf (leia Evita Perón) e que queria subir en la Torre Eiffel (Obelisco), ah e sem um pingo de vergonha para improvisar em seu portunhol, eu todo comedido em falar, sempre pedindo desculpas e dizendo que nao sei falar espanhol, e ele como bom cearense de lingua solta improvisando, eu quase morro de rir ou de vergonha... ainda neste primeiro dia depois do almoco decemos avenida abaixo, acho que pela CALLAO e chegamos a calle Florida, uma multidao por la, parece com a 25 de marco em Sao Paulo, mas só no volume de pessoas, tudo muito organizadinho ja que o comercio é em lojas e nao na rua, e grande marcas estao por ali, Adiddas, Puma, Claro e várias casas de cambio e bancos, o tempo inteiro tem gente te oferecendo uns papeizinhos (cartoes de visita) a ideia é te atrair para uns inferninhos que estao por detras da calle Florida, acessíveis por uns becos, e lá voce descobrirá puteiros e casas de jogos dos mais diversos tipos... Deus me livre de dá atencao aquele pessoal, já conheco a historia de um amigo brasileiro que quis ser simpatico e se viu num destes inferninhos, o problema é pra sair depois que voce descobre, as putas nao querem deixar... chegamos ainda no Shopping Galerias Pacífico, lindo, um shopping pequeno, mas extremamente chique e com um monte de lojas chiques, vitrais maravilhosos, pisos de mármore e granito da melhor qualidade e arfrescos nas abóbodas. Voltamos por Hostel a pé novamente e fomos descansar, nao aguentava mais de tanto cansaco... bem o dia amanheceu, depois escrevo mais, vou dormir um pouquinho agora...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Nossas Histórias!

Impossível não me emocionar com esta história, esta é a história de muitos e muitas homossexuais no Brasil e no mundo. Eu espero sinceramente que um dia o BRASIL seja realmente um PAÍS de TODOS & TODAS!

Agradecimento especial ao meu amigo Gabriel Vital por me enviar a notícia por e-mail.

Att,
Itamar Matos (Ita)

Mulher luta nos tribunais pela guarda dos filhos da companheira

Marcelo Abreu - Correio Braziliense

Publicação: 08/10/2008 08:06 Atualização: 08/10/2008 08:14

É uma história que mistura todos os ingredientes. É feita de encontro, preconceito, intolerância, nascimento, renascimento, morte, luta e tribunais. Mas é sobretudo uma história de coragem. E basicamente de amor. Dessas onde seus personagens enfrentam o mundo por acreditarem que estão fazendo o melhor. O que seria correto. O aceitável, mesmo que esse mundo diga o contrário. É a história de duas mulheres simples, que desafiaram as normas vigentes, os tabus, todos os nãos, a hipocrisia e a indiferença, às vezes a maior violência. Uma morreu há um mês. A outra, ainda em lágrimas, segurando o porta-retratos onde estão as duas, tenta dizer que existe. Criar os filhos que também a chamam de mãe e que ela ajudou a vir ao mundo. A que ficou tenta juntar o que sobrou de 12 longos anos de vida em comum. Essa história se passa no Recanto das Emas.

E essa é a história de Aparecida Maria de Oliveira, 44 anos, devota de Nossa Senhora Aparecida, nascida na Bahia, criada em Formosa (GO), quatro filhos, três netos, ex-depiladora, ex-doméstica, hoje dona-de-casa, 3ª série primária. E de sua companheira Lenilde Spinola dos Santos, 42, mineira, devota de Nossa Senhora de Fátima, ex-professora de catequese, segundo grau completo, funcionária pública, dois filhos, morta há um mês, vítima de falência renal.

Para entender é preciso voltar no tempo. Muito tempo. Aos 12 anos, Aparecida começou a se sentir atraída por mulher. Menina, não entendia bem o que se passava. "Minha primeira paixão platônica foi por uma moça bem mais velha que eu. Admirava a beleza dela. Não era sexo, era admiração", ela conta. A mãe um dia desconfiou que Aparecida não se sentia à vontade com rapazes. Ralhou com ela. Ameaçou contar para o pai, agricultor, homem de pés e mãos calejadas. O tempo passou. Aparecida chegou à adolescência. Conheceu um rapaz com quem teve sua primeira filha, hoje com 26 anos. Não se casou. Não gostava dele. Ainda assim, engravidou novamente. Nasceu o segundo filho. Anos depois, veio o terceiro, de um outro relacionamento.

Mãe de três filhos, Aparecida ainda assim se sentia atraída por mulheres. Muitas vezes repreendeu o desejo em função dos filhos. Um dia, conheceu um homem desses que nunca lhe fez perguntas. Aceitou-a como era e com todos os filhos. Joel Mariano da Silva respeitou Aparecida como nenhum homem havia feito antes. Pela primeira vez, ela achou que seria possível ser feliz. "Mas eu nunca enganei ele. Contei sobre meu outro desejo", ela diz. Ainda assim, Joel quis se casar com Aparecida. E ela vestiu véu e grinalda.

Logo, estava grávida pela quarta vez. Era um menino. Assim que o bebê nasceu (hoje tem 16 anos), Joel e Aparecida decidiram se separar. Mas nunca perderam o vínculo. Nem a amizade. "Ele é um homem muito bom, sempre foi", ela reflete. Aparecida seguiu sua vida. Trabalhou como nunca como depiladora. Joel nunca deixou de ajudar o filho dele e os filhos da ex-mulher.

Um dia, em Ceilândia, num bar, Aparecida conheceu uma moça. Lenilde tinha 30 anos. Gostava de viver, passear, tomar cervejinha e se divertir. O envolvimento foi imediato e intenso. Logo as duas começaram um namoro. Aparecida chamou os filhos e lhes contou a verdade. Meses depois, passaram a morar juntas. "No começo, os pais de Lenilde não gostaram muito de mim, não aceitaram a nossa relação, mas depois tudo ficou bem", revela Aparecida.

Os filhos de Lenilde
A vida seguiu. As duas viviam a mesma história. Aparecida passou a cuidar da casa. Lenilde proveu o lar. Os filhos de Aparecida afeiçoaram-se a Lenilde, a quem chamavam carinhosamente de Pio, apelido dela de infância. Emocionado, Ubiratan, hoje com 24 anos, disse ao Correio, na manhã de ontem: "Quando a Pio chegou aqui em casa eu tinha 10 anos. Ela ajudou minha mãe a me criar. Quando eu era adolescente, ela só dormia quando eu chegava da rua. Me dava conselhos, brigava e me ensinou a ser uma pessoa do bem".

Aos dois anos e meio de relacionamento, o desejo da maternidade atiçou Lenilde. Ela chamou a companheira e lhe contou sobre a vontade. Aparecida achou a idéia boa. Incentivou-a. Só havia um senão. Quem seria o pai? Imediatamente a mesma Aparecida encontrou a saída para o impasse. Convidou Joel, o ex-marido, para uma conversa. As duas disseram que só confiavam nele. Não haveria ciúmes. Mais: Aparecida contou aos filhos. Joel se prontificou a ser o pai do filho de Lenilde. Nasceu a primeira filha deles, hoje com 10 anos. Quatro anos depois, o mesmo Joel foi pai mais uma vez. Nascia o segundo filho da companheira da ex-mulher, hoje um menininho de 6 anos.

Casado pela segunda vez, 43 anos, funcionário público, morador de Planaltina, Joel aceitou falar ao Correio. "Eu ajudei no que pude. E acho que fiz a coisa certa. Elas eram felizes. No começo, não entendi a relação das duas, mas depois percebi que era uma coisa normal", ele diz. "Quando nasceu a menina, a gente quis registrar no nome de nós duas, mas a Justiça não aceitou. Aí, o Joel colocou o nome dele na certidão das duas crianças", conta Aparecida. Os filhos da companheira, voluntariamente, passaram a chamar Aparecida de mãe; e a mãe, de Piozinho.

Ação judicial
E mais uma vez a Justiça esbarrou na vida de Aparecida. Com a morte da companheira, ela procurou a Defensoria Pública do DF. A defensora Emmanuela Furtado, 37, casada, três filhos, ouviu a história daquela mulher. Comoveu-se com a luta de Aparecida. E protocolou, na sexta e na última segunda-feira, na 2ª Vara de Família do Tribunal de Justiça do DF, duas ações. Uma que trata da guarda das crianças da companheira (Aparecida seria a responsável, de fato e de direito, pelas crianças); e a outra, do reconhecimento da união estável post mortem (tornando a companheira herdeira de Lenilde e assegurando-lhe a pensão para seus filhos). "Se não há lei que regulamente essas situações, cabe ao Judiciário fazer com elas existam." E observa: "Os tempos mudaram, a sociedade mudou e provou que essas histórias existem. O juízes não podem se furtar a isso". O processo corre em segredo de Justiça.

Joel, a quem caberia a guarda dos filhos, concordou, em documento anexado à ação, que as crianças devem ficar com Aparecida. "Elas eram uma família. Eu não tenho direito de ir contra isso". Em lágrimas, Aparecida, que passou um ano se curando de uma depressão e cuidando da companheira já doente, conta: "Fui à escola onde as crianças estudam e o secretário disse: 'Isso é uma vergonha! Como é que pode, duas crianças sendo criadas por um sapatão'. Eu chorei e fui à delegacia. A escola afastou ele". Por que entrou na Justiça? "Não foi pela pensão. Só entrei pra não perder meus filhos."

Ainda com os olhos marejados, ela se lembra da companheira: "Foi a Lenilde quem me incentivou a estudar. Eu não sabia ler nem escrever. Ela me falou das coisas da vida. Me mostrou o mundo. O pouco que sei hoje devo a ela. Foi a pessoa mais sagrada que Deus colocou na minha vida. Ela me mostrou que nossa história não era pecado nem crime. Hoje, sem ela, só sinto tristeza e saudade". Nesse instante, a filha mais velha de Lenilde, a menininha de 10 anos, diz que está na hora de ir para a escola. Ela e o irmãozinho pegam a mochila e beijam a "mãe". Na sala de paredes verdes, os retratos onde Lenilde aparece sorrindo. As festas, os aniversários, os sonhos, as lembranças. As fotografias de uma família. O lar construído pelas duas. Uma história de amor incondicional.

http://www.correiobraziliense.com.br/html/sessao_13/2008/10/08/noticia_interna,id_sessao=13&id_noticia=38840/noticia_interna.shtml? em 08/10/2008

Relacionamentos

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Relacionamentos

 

Encontrar uma pessoa especial, amar e ser amado, viver uma relação plena. Este é o sonho da maioria das pessoas. De fato, encontrar um parceiro para a vida é um dos nossos maiores objetivos, e merece mesmo muita atenção e investimento. Mas será que isso é mais importante que a nossa felicidade individual? O que significa, de fato, estar com alguém? Por que será que existem pessoas que fazem de tudo de tudo mesmo só para estar com alguém, transformando-se em mendigos do amor, recolhendo migalhas que o parceiro deixa cair?

 

Algumas pessoas, quando estão sozinhas, ficam obcecadas em encontrar alguém para chamar de seu. Criam uma ilusão de que, ao encontrar um namorado ou uma namorada, instantaneamente seus problemas deixarão de existir. A ciência de fato já provou que nossa química se altera quando estamos apaixonados, e a sensação de bem estar é renovadora. Mas ela só é efetiva em uma relação recíproca, quando amamos e somos amados de volta. Em outros casos, a química pode se alterar de modo diferente. É o que ocorre quando ficamos viciados em outra pessoa e nos comportamos em relação a ela como um drogadito se comporta com a cocaína.

 

Conforme a idade avança, os homens e principalmente as mulheres ficam ansiosos com a idéia de ficarem sozinhos, de nunca encontrarem alguém.

 

A pressão da família e dos amigos é grande, mas não é pior que a pressão que vem delas mesmas. Isso gera ansiedade, o que os deixa menos relaxados e espontâneos.

 

Tanta energia empenhada em encontrar um companheiro, mais atrapalha que ajuda. Não são raras as pessoas que pensam "as minhas opções diminuem com o tempo, então tenho que ser menos exigente para conseguir alguém".

 

E de menos exigente passam a aceitar ficar com qualquer um, só para não estarem sozinhos. E o que dizer de quem já está em uma relação, mas não é feliz?

 

Muitas pessoas permanecem em relações com parceiros que as fazem de gato e sapato. Os companheiros ligam quando querem, são grossos e rudes, as brigas são constantes. Essas pessoas reclamam dos companheiros, mas não tomam nenhuma atitude para manifestar a insatisfação ou terminar a relação. Ficam à disposição do outro, e qualquer contato não importa a qualidade do mesmo é melhor que nada.

 

Aceitam a relação que o companheiro impõe porque percebem que esse é o único jeito de ficar com ele. É claro que queremos ter certeza que tentamos de tudo para a relação funcionar, fizemos o possível e, mesmo assim, não deu certo. Caso contrário, vamos ficar com a dúvida.

 

Mas, muitas pessoas continuam em relacionamentos frustrantes porque não querem admitir para elas mesmas que o tempo, a energia e os sentimentos investidos foram por água a baixo. Mas se é difícil admitir que a relação fracassou, adiar o término só faz com que ele seja mais doloroso. Equivale a postergar o luto. É como adiar a perda para evitar enfrentar o estar sozinho de novo.

 

Qualquer que seja a situação, estar com alguém priorizando o fato de estar em uma relação, e não a qualidade da mesma, faz com que nos coloquemos em uma situação desfavorável, mendigando amor. Na posição de quem não pode ter vontades, não deve satisfazer seus desejos, não se permite ter aspirações. Na posição de quem tem que aceitar qualquer migalha, senão vai morrer de fome. Qualquer coisa que venha do outro serve, melhor que nada. Melhor que estar sozinho. Quem está nesse tipo de relação se livrou do problema da solteirice, mas arrumou um problema real.

 

A preocupação excessiva em estar com outra pessoa cria um problema que não deveria existir, e camufla outro, que é real. Estar sozinho não é um problema. Quando achamos que é um problema, na verdade, procuramos a relação e o parceiro para servir de escudo que nos protege de nós mesmos.

 

Para muitas pessoas, estar sozinho é o contrário de estar em um relacionamento. Ledo engano. Esta crença nos protege da cruel verdade: nós SOMOS sozinhos.

 

A jornada da vida é solitária; a cultura humana inventou o casamento e a vida a dois para amenizar a solidão, para compartilharmos nossas vidas com outra pessoa.

 

Um casal é composto de duas pessoas diferentes que se encontram e que decidem, de maneira responsável, trilhar o mesmo caminho. Precisamos ser inteiros para estar em uma relação. Só podemos ser bons para o outro quando somos bons para conosco.

 

Precisamos gostar de nós mesmos e da nossa companhia para esperar que o outro goste também. Viver das migalhas de amor do outro, além de nos deixar subnutridos, nos impede de nutrir a nós mesmos. Devemos esperar ser amados. Caso contrário, só encontraremos alguém para estar conosco por caridade.

 

 

Cecília Zylberstajn é psicóloga pela PUC-SP, Psicodramatista e Psicoterapeuta de Adolescentes e Adultos.




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